Prazer de esquina


Perdida entre a música alta e as várias luzes de neon que me cegavam, olhei para o rosto de um total estranho enquanto eu lhe dava um sorriso amarelo. Nossa! Eu tinha mesmo beijado essa pessoa? Quatro doses de tequila eram o suficiente para isso? Eu tive ainda mais certeza, enquanto virava em um gole só o restinho do meu refrigerante de laranja, de que eu não queria alguém que preenchesse apenas a minha boca com sua língua desengonçada. Eu precisava de alguém que me completasse por inteiro. Alguém que tocasse o meu intimo, sabe? Que acariciasse aquela menina frágil que toda mulher madura tem por dentro, lá no fundo! Só encher minha boca por encher eu mesma a entupiria de comida. Batata frita, talvez, ou paçoca. Não, não! Eu precisava de alguém que tocasse os meus lábios, mas que ao mesmo tempo transbordasse a minha alma e o meu coração. Alguém que fizesse da minha felicidade o seu gozo, e que me proporcionasse prazer em qualquer esquina.

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