Sei que parece clichê, mas entrei de cabeça naquela onda de dar valor ao
próximo. Não me amou, não cuidou ou abusou da minha paciência? Próximo!
Não sou obrigada a me acostumar com a sola dos seus sapatos. E sabe de
uma coisa? Hoje acordei leve, consegui comer sem travar o estômago e
consegui gargalhar sem medo de soar muito alto. Pois é, eu tinha medo do
meu tom de voz quando estava com você. Até tentei ficar de luto, fazer
greve de fome, me afundar no oceano de lágrimas que criei em minha cama,
mas não deu. Quis fazer birra e até tentei forçar um luto esperando você voltar, mas a
verdade estava estampada na minha cara! Não houve morte para o que nunca
existiu, não existe fim onde nunca houve um começo. Resolvi então me despedir do seu fantasma, dos pedaços de você que eu ainda tentava carregar e fui ser feliz! Acordei, tomei um banho e dei tchauzinho enquanto a culpa que você tentou colocar em mim escorria ralo abaixo. Foi triste desistir de
nós, desistir de você e desistir da pessoa que eu queria que você tivesse
sido. Abrir mão do carinho e do amor que queria ter recebido, mas que eu nunca recebi, e nem receberia, né?
Comprei meio litro de Coca, atravessei o sinal aberto correndo só pra
sentir a adrenalina nas veias, e até estudei estatística. Sentei no chão só para lembrar que eu não
ligo se a calçada está meio molhada e andei na chuva sentindo as gotinhas com a
boca aberta. Pois
é! Depois que eu enterrei a ideia de estar apaixonada pela pessoa que eu poetizei em você, eu me apaixonei por mim. Eu sei que é triste quando temos que jogar um amor tão lindo
dentro da gente fora. Sei disso porque tive que deixar o meu em alguma esquina
sem nome, junto com a prata que enfeitava meu dedo. No final do dia me olhei no espelho e me
encontrei! Eu estava meio perdida entre onde começava o ‘eu’ e terminava ‘você’. Sorri para o meu reflexo, esperançosa. A vida segue, eu sei e a melhor
parte de mim também sabe.
- Jessy Mendes
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